MATERIAL CATALOGADO NO ACERVO CARBONARI

De 1950 a 1990, Primo Carbonari produziu cinejornais e documentários. Esses filmes retratam a vida brasileira, sendo aproximadamente 50% dessa documentação referente à vida paulista. Carbonari também adquiriu diversos filmes de terceiros, imagens raras que datam desde 1901, quando Santos Dumont contornou a Torre Eiffel, passando pela Expedição Rondon  em 1912 e o Movimento Constitucionalista em 1932, entre outros.
Primo Carbonari fez o que podemos qualificar rapidamente de “crônica da elite brasileira”. O historiador e crítico Paulo Emilio Salles Gomes, nos seus estudos sobre o documentário brasileiro, mostrou que uma das linhas temáticas fundamentais desta modalidade de produção era o que ele chamou de “ritual do poder”. As exigências da produção, isto é, a necessidade de encontrar recursos para produzir, levava a que se filmasse quem pudesse pagar. Grande parte do material de Primo Carbonari é a melhor ilustração desse “ritual do poder”.

Após a visualização do material, pudemos detectar uma série de filões temáticos: na esfera política, temos solenidades de posse e inaugurações com presença de prefeitos, governadores, presidentes, deputados, vereadores, senadores, juizes, chefes de polícia, religiosos, etc. Foram localizados materiais sobre (sem ordem) Getúlio Vargas, Café Filho, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros, Adhemar de Barros, Carvalho Pinto, Laudo Natel, Cunha Bueno, Ranieri Mazzili, Ulysses Guimarães, Magalhães Pinto, Leonel Brizola, Orestes Quércia, Prestes Maia, Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Collor de Mello, Castello Branco, Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, João Baptista Figueiredo, entre outros, além de diversas personalidades militares da época.

A sociedade é retratada em cerimônias tradicionais como casamentos e jantares; eventos cívicos (paradas, comemorações, desfiles militares etc.); eventos relacionados à vida artística (inaugurações de exposições de artes plásticas, coquetéis com atores, atrizes e outras celebridades, pré-estréias de filmes ou de peças de teatro); vida acadêmica (formaturas, aulas magnas etc.); vida infantil (escolar: inaugurações, festejos etc.); vida esportiva (futebol, tênis, equitação, corridas de automóvel); vida industrial (encontros de executivos, visitas de autoridades a fábricas, metalúrgicas, fundições, exposições industriais, salões); vida medical (“os progressos da ciência”); a moda (desfiles e personalidades).

Poderíamos estender esse elenco, embora já suficiente para sugerir a abrangência do material. Além do que chamamos aqui de filões temáticos, Primo Carbonari documentou eventos específicos, como os Jogos Pan-americanos, o IVº Centenário da cidade de São Paulo, visitas de presidentes da República e de autoridades estrangeiras, construção de Brasília. Encontramos também um material considerável sobre cidades brasileiras e estrangeiras: ruas e prédios do centro e dos bairros, monumentos, movimentação de passantes e automóveis. Há farta documentação sobre o plano de avenidas de São Paulo do prefeito Prestes Maia. Outros temas, como o desenvolvimento da TV em São Paulo nos anos 50, foram tratados nos cinejornais. Primo Carbonari também adquiriu material sobre Santos Dumont e produziu documentários sobre diversos assuntos, como segurança no trabalho, vida silvestre, cidades turísticas, obras públicas, medicina. Esses documentários são às vezes reconstituições quase ficcionais, como no longa-metragem A morte por 500 milhões, que narra a investigação de um assalto famoso em 1964, se utilizando de personalidades da polícia com atores não-profissionais.

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