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Une bonne à tout faire (Uma empregada que faz tudo)

EUA / França, 1980 / 2006, cor, vídeo, 8’



Nesse curta de oito minutos, filmado em 1981 e finalizado em 2006, Godard disseca uma de suas obsessões, o quadro “Le nouveau-né”, pintado por Georges de La Tour em torno de 1648. O filme foi rodado no “Zoetrope Studios”, de  Francis Ford Coppola.

Une bonne à tout faire, título a um só tempo místico e materialista, tem um jogo de palavras intraduzível: pode-se ler “uma empregada doméstica que faz tudo”, espécie de anúncio classificado, mas também se pode apreender um sentimento religioso, ligado à “boa nova” do nascimento de Cristo. Nesse curta-metragem de pouco mais de oito minutos, filmado em 1981 e finalizado em 2006, Godard disseca uma de suas obsessões, o fabuloso “Le nouveau-né”, pintado por Georges de La Tour em torno de 1648 – reformatado em pleno Zoetrope Studios, de não outro que Francis Ford Coppola. Um quarto de século com a ideia na cabeça.

Tudo se comunica nesse filme, casting e história da arte, religiosidade e mise-en-scène. Um cenário emprestado de One from the heart, o fulgurante longa de Coppola com Nastassja Kinski, permitiu ao franco-suíço uma calibragem absurdamente precisa da luz e seus side effects: a luz, isso que provoca uma impressão fotogênica no celuloide, é o ponto focal do quadro, e, por óbvio, da fita. O filme é o backstage do quadro, fotografado por não outro que Vittorio Storaro. Vittorio e Georges: uma dupla insuspeita. O ponto de luz é a vela oculta pela mão de Santa Ana, a mãe de Maria. Ambas reais, simples, despojadas. “Where is my baby?”, pergunta Maria durante a iluminação do set: bela mulher, ela devolve o cigarro ao contrarregra para colocar-se em cena. Um primeiro plano sonoro de falas e ruídos fornece a profundidade. A grua em contraluz reintroduz o autor no quadro.

Jean-Luc disse certa vez a Philippe Sollers que a pintura começa, em Georges de La Tour, “no momento em que se soltou da Igreja, quando, de repente, a virgem é também uma mulher, sexuada”. O set é o claro-escuro de Caravaggio, matriz de La Tour, sem a teatralidade derramada do italiano. Em Godard, a inspiração do “Recém-Nascido” reverberou em Je vous salue, Marie, de 1983. Maria em carne e osso.

João Lanari Bo



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


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