Portal Brasileiro de Cinema  POR EXEMPLO BUTANTÃ

POR EXEMPLO BUTANTÃ

1968 . Roman Stulbach
São Paulo, 8 minutos, 35mm, p&b

 
 

O antiinstitucional provisoriamente. Por exemplo Butantã é fruto de sua época, reflexo dos anos de chumbo, do “é proibido proibir”, da contestação. Um projeto de filme sobre o famoso instituto é encomendado aos alunos do recém-criado curso de cinema da ECA-USP. O que hoje seria coroado como uma possível opção de entrada no mercado de trabalho foi encarado pelos alunos como um exercício da liberdade que não se respirava naqueles tempos no país. Uma geléia geral de estilos permeia o filme, com direito até a aparição de José Mojica Marins, o Zé do Caixão, e infinitas referências à cultura pop. A mocinha do filme acaba sendo picada pela cobra e só nesse momento entra o Instituto Butantã. Mas o que vemos é tão monótono, tão descritivo (no pior sentido do termo) e sem o mesmo vigor dos planos anteriores, que acaba por denunciar, para o espectador, que o que ele acreditava ser um filme institucional é apenas uma forma tradicional do gênero. E que Por exemplo Butantã pretende ser um novo tipo de institucional. Muito mais cheio de veneno. Anarquia, anarquia!

Vitor Angelo

Cia. produtora:ECA-USP

Produção, direção e montagem: Romam Stulbach

Fotografia:Plácido de Campos Jr.

Elenco: José Mojica Marins, João Cândido Barros, Ulysses Cruz