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FANTASMA POR ACASO
1946, RJ. P&B. 104 min. Direção: Moacyr Fenelon

A chance de ver Oscarito no papel de fantasma, fazendo gags com o mundo dos mortos, nessa versão brasileira de Que espere o céu (1941), de Alexander Hall, não é de se jogar fora. É promessa de morte feliz para os espectadores cardíacos. O pessoal vai morrer de rir. Para alguns, o filme se revelará um tédio, mas os fanáticos e maníacos por cinema brasileiro antigo não devem desprezar a oportunidade de conferir essa relíquia.

Especialistas afirmam que é o mais antigo longa-metragem preservado da Atlântida. O velho cinema brasileiro caminha mesmo para a morte, pois lembro de ter assistido há pouco mais de uma década, outra “protochanchada” da Atlântida, ainda mais antiga que essa, chamada Tristezas não pagam dívidas (1944), e que já não existe mais. Morreu, coitada. Infelizmente, ninguém no outro mundo a mandou de volta para assombrar esses cinéfilos tarados que arrastam correntes atrás de filmes obscuros à procura de grandes revelações.

A história de Tristezas não pagam dívidas também tinha ligação direta com o Além, assim como Fantasma por acaso, mas nunca me ocorreu que ambas poderiam ser enquadradas como “cinema de horror”. Eram, sim, duas comédias. De um estilo muito comum, baseado num repertório de piadas que o cinema sempre gostou de explorar. Jovem tataravô (1936) e sua refilmagem O pirata do outro mundo (1957), ambos de Luiz de Barros, são outros dois bons exemplos desse tipo de comédia.

Fantasma por acaso passou muito tempo sem ser exibido. É um filme importante na história da Atlântida, produtora que é hoje reverenciada como a maior fábrica de comédias da história do cinema brasileiro. Marca a falência do modelo cooperativo e a saída de um dos fundadores da empresa, o diretor de Fantasma por acaso, Moacyr Fenelon.

Mas o negócio não estava perdido. Logo em seguida, a fórmula de Fantasma por acaso e a equipe do filme – principalmente Oscarito, em dupla com Grande Otelo, o argumentista e cenógrafo Cajado Filho e o montador Waldemar Noya – vão ser a chave para o sucesso da companhia.

Remier Lion



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