Portal Brasileiro de Cinema  ESSA RUA TÃO AUGUSTA

ESSA RUA TÃO AUGUSTA

1966/69 . Carlos Reichenbach
São Paulo, 11 minutos, 35mm, p&b

 
 

Alguém fantasiado de árabe passeia num fusca conversível; vitrines e placas se alternam; na trilha, um chorinho dá o tom “brasileirinho”; um pintor, de saia, exibe suas telas com freiras de monoquíni. Enquanto isso, uma voz over — grave mas não muito compenetrada — vai misturando formalidade com muita ironia: “tipos excêntricos vêm ver vitrines... mas nem sempre para comprar”, “cuidado com as curvas” (sobre a imagem de uma jovem e seu jeans colado no corpo). A voz over insiste nas variações: “esta rua tão augusta”, “esta rua tão mulher”, “esta rua tão comércio”... Reichenbach parodia o estilo dos filmes institucionais e se diverte com o ridículo dos fraseados com pretensões poéticas. Com olhar irônico e ao mesmo tempo carinhoso, faz este filme tão marginal...

Luciana Corrêa Araújo e Guiomar Ramos

Direção: Carlos Reichenbach