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Une femme coquette (Uma mulher faceira)

França, 1955, p&b, 16 mm, 10’



Agnès, uma jovem burguesa de Genebra, escreve uma carta para uma amiga contando como acabara de trair o marido. Fascinada pelos gestos e atitudes adotados por uma prostituta para atrair seus clientes, Agnès decide imitá-la e seduz o primeiro homem que vê, em um banco de jardim.

Segundo filme e primeira ficção de Godard, este curta-metragem é uma adaptação livre do conto O sinal, de Guy de Maupassant (1886) – relato que o cineasta retomou na década seguinte em Masculin féminin (1966). Jamais lançado comercialmente e dado como perdido durante anos, o filme é uma obra de formação que traz motivos e traços estilísticos que o cineasta desenvolveu posteriormente.

Rodado em poucos dias com atores amadores, este curta de aprendizado já estabelece uma relação intertextual com a literatura, um dos motivos mais presentes na filmografia godardiana. Além do relato de Maupassant que serviu de base, a história é narrada pela voz off da jovem (que escreve e lê a carta), um procedimento literário encampado pelo cinema moderno.

Outro motivo recorrente na obra do cineasta já presente aqui é a prostituição, trabalhada em filmes futuros como metáfora das relações sociais, metáfora da troca numa sociedade capitalista, relação comercial despida da impostura idealizada do discurso amoroso. Ao apresentar o desembaraço da prostituta e a admiração perturbadora que desperta em Agnès – que menciona na carta “a maneira graciosa como [a profissional] exercia esse ofício ignóbil” –, o cineasta designa as engrenagens da prostituição.

A persona cinematográfica de Godard – presente em muitos de seus filmes, de A bout de souffle (1959) a JLG/JLG. Autoportrait de décembre (1994) – nasce neste curta, praticamente junto com o Godard diretor, que aparece na pele do cliente da prostituta que decide ir ao apartamento dela. Não sem humor, o personagem se certifica de que tem dinheiro na carteira antes de subir as escadas.

A câmera na mão que segue Agnès pelas ruas – caminhando ora resoluta, ora hesitante, com uma gestualidade muito particular que indica a intenção de dar livre curso ao seu desejo –, a montagem desenvolta que dá agilidade à narrativa e a liberdade de tom com que conta a história são outras características de estilo que fazem parte da identidade cinematográfica do diretor, estabelecida ao longo de sua trajetória.

Alexandre Agabiti Fernandez



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


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