Portal Brasileiro de Cinema / Godard APRESENTAÇÃO   ENSAIOS    FILMOGRAFIA COMENTADA    FILMOGRAFIA    FICHA TÉCNICA    PROGRAMAÇÃO    CONTATO

APRESENTAÇÃO


ENSAIOS


FILMOGRAFIA COMENTADA

Anos 1950

Anos 1960

Anos 1970

Anos 1980

Anos 1990

Anos 2000

Anos 2010


FILMOGRAFIA


SOBRE OS AUTORES


FICHA TÉCNICA


PROGRAMAÇÃO


COBERTURA DA IMPRENSA


CONTATO


[Espoir/Microcosmos] (Esperança/Microcosmo)

França, 1996, cor, vídeo, 3’



Com a chegada do vídeo, a prática da montagem como exercício filosófico torna-se, para Godard, sinônimo de exercício “muscular”, ou seja, de treinamento associado a uma aparelhagem tecnológica e as possibilidades que ela traz. Esse treinamento gera pequenos estudos que são como “blocos de notas” do cineasta.

Espoir/Microcosmos é um dos exemplos dessa prática, uma pequena unidade de sentido que afirma a força criadora da associação de ideias pela montagem e o poder de sugestão das imagens enquanto potência de figuração. Os planos de um peru comendo formigas, filmados de forma inédita pela câmera miniatura dos cineastas de Microcosmos (Microcosmos: le peuple de l’herbe, Claude Nuridsany e Marie Pérennou, 1996), evoca a descrição de André Malraux dos homens vistos do céu como insetos em seu romance L’Espoir, escrito a partir de sua experiência como piloto na Esquadrilha Malraux, iniciativa militante contra os republicanos franquistas.

Mas, para chegar até a Esquadrilha, Godard parte não da presa, mas do predador: lembrando um condor, o peru evoca a Legião Condor, iniciativa alemã financiada para apoiar a ascensão de Franco. Ao tornar-se palavra, a imagem do animal puxa, portanto, outras palavras e, consigo, outras imagens: planos de aviões de guerra sobrevoando o céu. A “esperança” do título do livro de Malraux ecoa, então, como uma indagação sobre a própria questão da relação conflituosa entre dominadores e dominados, em que a figura da dominação emerge como uma questão de escala.

O resultado dessa composição em rede, que se apresenta como um jogo de livre associação em progressão linear, é um choque e um amálgama entre o mundo natural, selvagem, e o mundo social e histórico dos homens. Tal é a alquimia que as passagens de imagens em Godard podem produzir. Este pequeno exercício permite, por sua concisão, vislumbrar de forma clara as dinâmicas que animam, sobretudo, Histoire(s) du cinema (1988-1998), cuja “montagem” é muito mais vertiginosa e arborescente.

Tatiana Monassa



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


Sugestão de Hotel em São Paulo, VEJA AQUI. Agradecimentos ao Ibis Hotels.


É expressamente proibida a utilização comercial ou não das imagens aqui disponibilizadas sem a autorização dos detentores de direito de imagem, sob as penalidades da lei. Essas imagens são provenientes do livro-catálogo "Godard inteiro ou o mundo em pedaços" e tem como detentoras s seguintes produtoras/ distribuidoras/ instituições: La Cinémathèque Francaise, Films de la Pléiade, Gaumont, Imovision, Latinstock, Marithé + Francois Girbaud, Magnum, Peripheria, Scala e Tamasa. A organização da mostra lamenta profundamente se, apesar de nossos esforços, porventura houver omissões à listagem anterior.
Comprometemo-nos a repara tais incidentes.

© 2015 HECO PRODUÇÕES
Todos os direitos reservados.

pratza