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Adieu au TNS (Adeus ao TNS)

França, 1996, cor, vídeo, 7’



Este vídeo é uma “carta filmada” que Godard endereçou ao TNS, o Théâtre National de Strasbourg, instituição onde desejou trabalhar, sem sucesso. Decepcionado, Godard lê um poema de sua autoria em que evoca sua amargura.

Enviado aos membros do TNS – o Théâtre National de Strasbourg, fundado em 1968 e composto por uma companhia teatral e uma escola de arte dramática – este vídeo é uma “carta”, uma mensagem relacionada à vida privada de Godard. Por isso nunca foi lançado e continua pouco conhecido até hoje.

Nos anos 1990, o cineasta procurava espaço em instituições culturais francesas. Candidatou-se a uma cátedra no prestigioso Collège de France e apresentou projetos a estabelecimentos públicos como a Fémis (escola de cinema) e o TNS. Todas essas iniciativas fracassaram.

Godard aparece lendo um longo poema de sua autoria que fala da decepção com a recusa do TNS. A leitura ocupa os três planos do filme, em enquadramentos cada vez mais fechados. Entre um plano e outro, a tela fica escura e ouvimos Godard caminhando até a câmera para mudar o enquadramento para o plano seguinte.

De pé, vestido com desleixo, ele sussurra o poema com rimas. A enunciação monocórdia é ritmada pelo contínuo balançar do corpo, numa imagem perturbadora que lembra ao mesmo tempo uma criança recitando, um autista e um trovador. As palavras são de lamento. Godard se desqualifica – gesto que remete ao masoquismo presente em sua obra –, denominando-se “refugiado sem domicílio”, “o outro idiota [referência ao personagem de Dostoiévski] que pena para enfileirar três palavras”.

À frustração artística se soma uma decepção amorosa, pois no poema o cineasta se diz “um viajante que perseguiu uma princesa”, referência à jovem atriz Bérangère Allaux (ex-aluna do TNS), que havia trabalhado com ele em For ever Mozart (1995) e que repelira todas as suas investidas. Não por acaso, a melodia lenta de um bandoneon – instrumento vinculado ao tango e, consequentemente, à desilusão amorosa – enfatiza a melancolia.

Estamos diante de um filme pouco comum, pois aborda a vida pessoal do realizador, que se mostra de modo igualmente inusitado: desarmado e completamente só, Godard desconcerta pela coragem de se expor despido da habitual mordacidade.

Alexandre Agabiti Fernandez



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


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