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Reportage amateur (maquette expo) / Reportagem amadora (maquete da exposição)

França, 2006, vídeo, cor, 47’



Vídeo que descreve a maquete do projeto de exposição Collage(s) de France, archéologie du cinéma, que daria lugar a Voyage(s) en utopie (Centre Pompidou, 2006). Trata-se de um documento preparatório no qual Godard explica detalhadamente à câmera de Anne-Marie Miéville este projeto não realizado.

A custosa elaboração da famigerada exposição realizada por Godard no Centre Pompidou em 2006 gerou diversos documentos preparatórios, entre os quais esta “reportagem”, cujo propósito é esclarecer a primeira versão do projeto, a partir de uma maquete feita à mão pelo cineasta. Mas, retirado de sua função utilitária no calor da hora, o vídeo revela-se um documento de outra ordem: um precioso testemunho do processo de criação godardiano. Deste modo, abstrações conceituais, princípios de técnica cinematográfica, reflexões histórico-políticas e referências literárias e picturais encontram, diante de nós, as preocupações concretas que envolvem qualquer realização, como a procura de efeitos de leitura e os materiais a utilizar. O interesse principal de Reportage amateur é, portanto, esse acesso privilegiado à intimidade do pensamento do cineasta, que se expõe aqui com clareza e didatismo raros.

A “arqueologia do cinema” proposta pelo projeto inscreve-se claramente no complexo de considerações cinematográficas, artísticas e geopolíticas iniciado com História(s) do cinema (1988-98), das quais Reportage amateur, enquanto filme, acaba sendo um parente tardio. Mas seu grande diferencial vem de sua natureza de reportagem, de vídeo sobre uma obra situada fora dele e cujas operações significantes se dão espacialmente. Fundada em planos aproximados dos elementos presentes nos recintos em miniatura, a visita guiada pela maquete procura então nos transportar para o interior desse espaço imaginado, enquanto a voz off de Godard explica o conteúdo de cada uma das nove salas, com a ajuda de um bastão de madeira que serve de indicador. Assim, tudo aquilo que num projeto fílmico estaria no nível da tela, ocupando a superfície do quadro, é planejado para ser distribuído cenograficamente em diferentes suportes: ilustrações na parede, feixes luminosos, impressão em papel, etc. O diálogo pressentido entre projeções de vídeos e fotografias, reproduções de pinturas e fragmentos de pinturas, quadros originais, livros, trechos de textos e adereços diversos não se apresenta, pois, como linearidade organizada temporalmente, e se constitui de modo físico e simultâneo no ambiente.

Mas talvez o ponto mais instigante do vídeo seja experimentar uma comunicação indireta, na qual o emissor (Godard) dirige-se ao destinatário (o espectador/visitante) em terceira pessoa. A vivência da “visita” se dá, assim, de forma obliqua, pois em vez de nos instalarmos confortavelmente na posição de receptores do discurso contido no filme, somos convidados a pensar junto com Godard o próprio processo de emissão da construção semântica proposta pelo objeto “exposição”. Isso produz uma experiência única dentro do corpus godardiano, na qual a arquitetura complexa formada por imagens e textos é apresentada pedagógica e pausadamente, e toda a rede de reflexões explicitada em detalhes. Godard demonstra, desse modo, possuir uma preocupação (surpreendentemente) acentuada com o espectador, com o decodificador imaginário de seu universo mítico particular.

Tatiana Monassa



Produção

Apoio

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Copatrocínio

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