Portal Brasileiro de Cinema / Godard APRESENTAÇÃO   ENSAIOS    FILMOGRAFIA COMENTADA    FILMOGRAFIA    FICHA TÉCNICA    PROGRAMAÇÃO    CONTATO

APRESENTAÇÃO


ENSAIOS


FILMOGRAFIA COMENTADA

Anos 1950

Anos 1960

Anos 1970

Anos 1980

Anos 1990

Anos 2000

Anos 2010


FILMOGRAFIA


SOBRE OS AUTORES


FICHA TÉCNICA


PROGRAMAÇÃO


COBERTURA DA IMPRENSA


CONTATO


C’était quand / Il y avait quoi (hommage à Éric Rohmer)

Era quando / Havia o que (homenagem a Éric Rohmer))

Suíça / França, 2010, vídeo, p/b, 3’



Utilizando títulos de textos de Éric Rohmer e fragmentos de memórias dos anos de cinefilia, Godard faz uma homenagem afetiva ao colega desde os tempos dos Cahiers du cinéma.

A homenagem geralmente aborda o homenageado recordando suas ações, palavras, histórias e casos íntimos. Ao engrandecer a persona pública, busca-se a especificidade e a especialidade dela para sua comunidade. Encomendado após a morte de Rohmer, C’était quand (hommage à Éric Rohmer) não abandona a homenagem, mas perverte as articulações que compõem o “cerimonial”. Como de hábito em sua obra neste novo século, imagem e som são tratados dialeticamente por Godard, numa retomada com novas estratégias da síntese socrática. Na primeira imagem, uma cartela preta com quatro versos, dois em letras brancas e dois em vermelhas, marca o gesto:

Era quando

Não

Havia o que

Sim

O jogo de oposições, em particular o binômio “não” e “sim”, pontua todo o filme. Enquanto a cartela preta com letras brancas traz títulos de textos de Rohmer, a narração de Godard descreve lugares, nomes e situações que remetem aos tempos áureos da cinefilia francesa nos cafés e cinemas do Quartier Latin. Entre uma frase e outra, ouve-se “não” e “sim”. Godard tenta relembrar os momentos de convivência, mas não consegue precisar todos os eventos. Maurice Schérer (nome verdadeiro de Rohmer) é essa figura que pisca indefinível na tela, tornada difusa pela ação do tempo e da memória em Godard, porém reconhecível por sua persona pública e sua contribuição ao cinema. Os títulos de seus textos usados no filme caem como uma luva para definir sua obra fílmica: um cineasta que abordou a música, o espaço, a pintura. Um clássico, como todo moderno almeja ser.

A homenagem de Godard torna-se, pela imprecisão e pela dialética, um ensaio memorialístico, da memória que laureia, mas ao mesmo tempo distorce: a imagem fora de proporção de Godard lendo o texto numa data muito anterior à morte do colega deixa um enigma tão instigante quanto insolúvel. A homenagem não fecha os sentidos sobre a vida e a obra de Rohmer, definindo-os pelo indefinível, deixando-os abertos ao percurso do tempo.

Raul Arthuso



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


Sugestão de Hotel em São Paulo, VEJA AQUI. Agradecimentos ao Ibis Hotels.


É expressamente proibida a utilização comercial ou não das imagens aqui disponibilizadas sem a autorização dos detentores de direito de imagem, sob as penalidades da lei. Essas imagens são provenientes do livro-catálogo "Godard inteiro ou o mundo em pedaços" e tem como detentoras s seguintes produtoras/ distribuidoras/ instituições: La Cinémathèque Francaise, Films de la Pléiade, Gaumont, Imovision, Latinstock, Marithé + Francois Girbaud, Magnum, Peripheria, Scala e Tamasa. A organização da mostra lamenta profundamente se, apesar de nossos esforços, porventura houver omissões à listagem anterior.
Comprometemo-nos a repara tais incidentes.

© 2015 HECO PRODUÇÕES
Todos os direitos reservados.

pratza