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Puissance de la parole (Potência da palavra)

França, 1988, cor, vídeo, 25’



Realizado como parte de uma campanha publicitária da empresa France Télécom, este curta gravado em vídeo baseia-se em duas obras literárias, o conto The power of words (O poder das palavras, 1845), de Edgar Allan Poe, e o romance policial The postman always Rings Twice (O destino bate à sua porta, 1936), de James Cain.

Puissance de la parole é uma encomenda de uma companhia telefônica. A despeito das derivações poético-filosóficas, Godard não fugiu ao tema: trata-se de um filme sobre o telefone, essa invenção moderna que permite que duas pessoas distantes uma da outra estabeleçam uma conversa mediada por um aparato tecnológico. A presença massiva do telefone na vida moderna estimulou o cinema, o teatro e a literatura a insistir novamente naquilo que havia sido a principal ferramenta do drama clássico: o diálogo. Não foi por acaso que Godard decidiu inserir nesse filme um texto de Poe que consiste tão somente num diálogo – uma conversa metafísica entre dois anjos, na qual a torrente das paixões própria do Romantismo é comparada à força criadora do cosmo e às razões de sua expansão infinita. Em termos de dramaturgia, Puissance de la parole é uma imensa recriação da forma dialógica, que, potencializada pelo imaginário científico da era da comunicação via satélite, atinge outra fase de sua “evolução”, tornando-se um diálogo de imagens-palavras cuja significação se dissipa nos trajetos de ida e volta entre a Terra e o espaço sideral.

O filme poderia se chamar “Potência da montagem”, tamanha a fúria criativa com que Godard parece querer esgotar todas as possibilidades semânticas, poéticas e expressivas contidas no ato de montar uma imagem com outra(s). Tal atitude faz jus ao tema abordado, já que o telefone participou ativamente da formulação de uma linguagem que viria para quebrar a unidade teatral da mise-en-scène cinematográfica dos primórdios (em que cada cena era apresentada como um pequeno bloco de teatro filmado) e estabelecer um sistema narrativo baseado na montagem. O exemplo clássico disso pode ser encontrado nos filmes The lonely villa (1909) e An unseen enemy (1912), ambos de Griffith, nos quais fica claro o parentesco de uma das mais celebradas contribuições formais griffithianas, a montagem paralela – por meio da qual duas ações simultâneas no tempo mas separadas no espaço são mostradas alternadamente – com a situação propiciada por uma conversa telefônica. Em Puissance de la parole, Godard se coloca na extremidade dessa história da montagem paralela desenvolvida por Griffith com o auxílio do telefone. Ele faz da alternância frenética entre, de um lado, cenas de diálogos com um homem e uma mulher e, de outro, imagens da natureza em fúria (erupções vulcânicas, correntezas, nuvens carregadas) uma operação plástica com energia similar àquela liberada na explosão cósmica originária.

Luiz Carlos Oliveira Jr.



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


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