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A revista do jornal Le Figaro comemorava dez anos de existência e decidiu produzir um longa-metragem de episódios com o mote "Les Français vus par Les Français". Jean-Luc partiu de uma ideia irônica e provocativa - selecionar as últimas palavras antes da morte de franceses célebres - e acabou produzindo uma revisão crítica da segunda grande guerra ambientada na Alta Savoia, com destaque para o fuzilamento do filósofo e maquisard Valentin Feldman.

“Imbecis, é por vocês que eu morro!” bradou o jovem filósofo Valentin Feldman, francês de origem russa, esteta, comunista e voluntário da Resistência, diante do pelotão de fuzilamento, em 1942. Todas essas camadas estão sincronicamente alinhadas nos dez minutos do curta de Godard, embutido em um longa que celebra os dez anos do “Figaro Magazine”, Les Français vus par les Français. Como filmar os franceses? Primeiramente, selecionando as “últimas palavras”, ditas na hora da morte por célebres poetas como Nerval, Musset, Apollinaire, Hugo... e marechais, como Turenne (falando a si mesmo); “Trema, carcaça, tu tremerias ainda mais se soubesses aonde te conduzo”. São as vozes da França, franceses ouvindo franceses. A depuração godardiana terminou fixando-se no filósofo fuzilado, que rouba a cena e ofusca as celebridades. Valentin Feldman morreu porque se recusou a pedir perdão a nazistas e colaboracionistas.

Para filmar esse passado o diretor escolheu um departamento francês fronteiriço com a Alemanha, Alta Savóia, no sítio do avô. Sim, do avô: uma espécie de necessidade de olhar o presente com ressonâncias do passado, burburinho de folhas, sopro de vento. Um visitante e um violinista, (falsos) filhos do oficial alemão e do condenado que há quarenta anos protagonizaram a cena, conduzem a narração, amparados pela voz off. O oficial foge com a companheira francesa, descansam no estribo da Mercedes, ele segura um leitãozinho. Violino, zumbidos de aviões e bombas. Ela coloca um disco na vitrola. Na beira do lago, restam ainda três civis a fuzilar, Valentin será o sorteado.

A sofreguidão está lá, efeito colateral da guerra e estilo godardiano de mise-en-scène. Rufar de tambores. Os franceses querem sempre ter a “última palavra”, é sabido. Os alemães, invasores, são os carrascos, ajudados pelos collabos. “Uns e outros são franceses”, insiste o oficial. “Que guerra engraçada”, escreveu Feldman em seu diário, quando era soldado na malfadada Linha Maginot. O curta de Godard, afinal, estica em dez minutos a vertigem da morte, a morte tout d’un coup, diante do pelotão de fuzilamento. “Imbecis, é por vocês que eu morro!”

João Lanari Bo



Produção

Apoio

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Copatrocínio

Realização


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