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Clip Faut pas rêver / Quand la gauche aura le pouvoir

França, 1977, cor, vídeo, 3’34”



Num plano fixo, vemos um garoto na cozinha de sua casa e ouvimos a canção Faut pas rever, cantada por Patrick Juvet, que parece vir da televisão no extracampo. O menino responde às perguntas da mãe sobre o dia passado na escola.

Na segunda metade dos anos setenta, Godard mergulha de cabeça na televisão. Em 1972, junto com Anne-Marie Miéville, funda a Sonimage, uma produtora independente à qual a dupla constantemente se referia como uma usine - uma fábrica de imagens na qual todas as etapas de produção seriam controladas, e por eles. Ali, iniciava-se um modo de trabalhar independente e autônomo, um modelo político de produção que colocava em prática a máxima godardiana: produzir imagens politicamente e não apenas imagens políticas. É um momento de tomada de distância. De Paris à Grenoble e, depois, à Rolle, na Suíça. Distância em relação ao star system do cinema e também a tudo o que se passou na França no final dos anos sessenta.

Faut pas rêver/Quando la gauche aura le pouvoir representa uma espécie de balanço geral desencantado do que restou do ideário político-revolucionário do final dos anos sessenta. É como se, após maio de 68, restasse apenas uma infância a ser vivida sem inocência, uma tábula rasa de gato escaldado. Assim como a série France tour détour deux enfants (1977 – 1978), produzida um ano depois, o clipe soa como um balanço de época por um Godard pós-maoísmo, pós-maio de 68, pós-grupo Dziga Vertov, situado na Suíça com Anne-Marie Miéville, num misto de auto-exílio e volta ao lar. Como se ele tateasse um possível marco zero, uma refundação do seu modo de trabalhar e produzir imagens. Se há desencanto, há, no entanto, uma clara vontade de recomeço.

A canção que ouvimos no clipe nos diz que não se deve sonhar (Faut pas Rêver). Os movimentos de Godard, porém, nos fazem pensar no contrário: era preciso e possível sonhar. Apesar de, uma década após os eventos de maio de 1968, o sonho ganhar um certo gosto de ressaca, mesmo assim era preciso sonhar, ainda que sob outros paradigmas. A revolução e a política passariam por outras esferas, mais domésticas. A casa torna-se fábrica e a tela da TV, palco da subjetividade, do confronto entre os gêneros, das relações de poder e da disciplina dos corpos.

Wagner Morales



Produção

Apoio

Correalização

Copatrocínio

Realização


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