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Prix suisse (remerciements), mort ou vif

(Prêmio suíço (agradecimentos), morto ou vivo)

Suíça, 2015, vídeo, cor, 4’45”



Vivo ou morto, como um soldado-clown que retorna da guerra após longa jornada, Godard segue seu caminho trôpego e ofegante por entre quatro alicerces e agradece o Prêmio do Cinema Suíço com esse breve poema audiovisual.

Você se lembra? Em meio aos ruídos noturnos de uma imagem precária em vídeo, uma sombra ofegante, de chapéu e bengala, segue seu caminho. Vivo ou morto, o velho Godard, soldado clown do cinema, retorna trôpego ao seu país. Ele andou muito e foi congratulado na volta com dourados emblemas. Assim também começava A história do soldado (1918), do escritor suíço C.-F. Ramuz, musicada por Stravinsky. Mas o cineasta não precisou vender sua alma ao diabo para prever o futuro, pois o cinema deve antes voltar-se para o passado: “o cinema é uma invenção sem futuro”, já dizia Lumière, na célebre frase ressignificada por Godard nas Histoire(s) du cinéma. Por isso mesmo, acrescenta agora o cineasta, a partida não está ganha.

É assim que ele ironicamente cai no chão e de lá questiona o Prêmio do Cinema Suíço que acabara de ganhar pelo conjunto da obra: “é estranho dar um prêmio para o cinema suíço, pois não há cinema suíço. Há filmes suíços, (...) mas cinema é outra coisa”. E o que é o cinema afinal? Para que serve? Sua obra não cessa de refazer tais perguntas com a própria forma dos filmes. Na direção contrária, nos últimos cem anos, os quatro grandes cinemas – o russo, o alemão, o francês e o norte-americano – teriam assegurado a fé das nações em si mesmas, num movimento de autoafirmação, de dominação. E é assim que Hollywood continua a respirar ao abrigo das guerras, alimentando-as e sendo por elas alimentado. Mas o cinema não pode se eximir de sua relação com a História, enquanto povos inteiros seguem sem a proteção do imaginário. Esse breve poema audiovisual, de sete planos e cinco minutos, traz ainda um monte de citações, tanto de lugares da infância do cineasta, quanto de personagens derrotados pela História da Suíça, como H.-Droz, M. Servet, o major A. Davel e Winkelried. Ele se encerra com a ideia de uma “humilde corrupção” própria ao ofício do cineasta e presente no poema de Pasolini, As cinzas de Gramsci: “Pobre como os pobres, agarro-me / como eles a esperanças humilhantes, / como eles, para viver me bato / dia a dia. Mas na minha desoladora / condição de deserdado, / possuo a mais exaltante / das posses burguesas, o bem mais absoluto. / Todavia, se possuo a História, / também a História me possui e me ilumina: / mas de que serve a luz?”

Pedro Aspahan



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