Portal Brasileiro de Cinema  Glossário da Biografia

Glossário da Biografia

Luiz Felipe Miranda e Arthur Autran

AMARAL, Milton Diretor e roteirista de filmes estrelados por Mazzaropi, tais como Chofer de praça (1958), Jeca Tatu (1959) e O corintiano (1966).

ARAÚJO, Astolfo Diretor de As armas (1969), produtor de As noites de Iemanjá (Maurice Capovilla, 1971) e pro-dutor-executivo de O quarto (Rubem Biáfora, 1967). Fundou com Rubem Biáfora a Data Cinematográfica (1967).

BALLARDIER, George Cinegrafista de origem britânica radicado em São Paulo, trabalhou principalmente para cinejornais e documentários.

BARRO, Máximo Montador de filmes como A ilha (Walter Hugo Khouri, 1962), O quarto (Rubem Biáfora, 1967) e O vigilante. Foi professor no Seminário de Cinema e no curso de cinema da FAAP.

BIÁFORA, Rubem Crítico de cinema de O Estado de S. Paulo dos anos 50 até os 80. Fundou com Astolfo Araújo a Data Cinematográfica (1967). Dirigiu Ravina (1958), O quarto (1967) e A casa das tentações (1975).

CALLEGARO, João Aluno da Escola de Cinema São Luiz, dirigiu um episódio de As libertinas (1968) e o longa O pornógrafo (1970).

CAÑIZARES, José Montador espanhol, começou sua atividade profissional no país natal em meados dos anos 30. No Brasil montou entre outros filmes: O saci (Rodolfo Nanni, 1951) e Simão, o Caolho (Alberto Cavalcanti, 1952).

CARDOSO, David Ator de A herança, produtor e ator de Caçada sangrenta e A freira e a tortura. Produziu, atuou e dirigiu filmes como Dezenove mulheres e um homem (1977) e Bandido, a fúria do sexo (1978). Fundou a Dacar PC (1973).

DEHEINZELIN, Jacques Francês de nascimento, graduou-se no IDHEC. Fotografou o primeiro filme da Vera Cruz, Caiçara (Adolfo Celi, 1950). Dedicou-se também ao estudo da viabilidade econômica do cinema brasileiro.

DUTRA, Nelly Trabalhou na Vera Cruz como roteirista. Já fora desse estúdio, adaptou e roteirizou Cara de fogo (Galileu Garcia, 1957), extraído do conto A carantonha, de Afonso Schmidt.

ELIAS, Luiz Montador de Meu nome é Tonho, A herança e Caçada sangrenta, iniciou sua carreira nos anos 50 como assistente na Maristela.

ESCOLA DE CINEMA São Luiz Primeiro curso de cinema regular de nível universitário em São Paulo, funcionou na segunda metade dos anos 60 e era mantido por padres. Dentre seus professores pode-se destacar Luiz Sérgio Person; como alunos, freqüentaram o curso Carlos Reichenbach, João Callegaro e Ana Carolina.

FERNANDES, Eliseo Diretor de fotografia formado na Maristela. Fotografou cinejornais, documentários, filmes publicitários e longas como As Noites de Iemanjá (Maurice Capovilla, 1971) e As cangaceiras eróticas (Roberto Mauro, 1975).

FRAGA, Ody Prolífico roteirista e diretor de fitas da Boca do Lixo, tais como: Vidas nuas (1967), Terapia do sexo (1978) e A dama da zona (1979).

GRECCHI, Renato Produtor de cinema que também exerceu funções de gerente de produção e produtor-executivo.

INSTITUTO Nacional de Cinema Órgão federal destinado ao fomento da atividade cinematográfica, que foi criado em 1966 e extinto em 1975. Dentre suas atribuições, pode-se destacar: a gerência até 1969 dos recur-sos provenientes da lei da remessa, o estabelecimento da cota de exibição compulsória de filmes nacionais, a venda do ingresso padronizado para os exibidores, a fiscalização da legislação em vigor e a concessão do certificado de exibição.

JOUBERT, Claudette Atriz de As bellas da Billings. Musa da Boca do Lixo, foi destaque em diversos filmes como: Sinal vermelho, as fêmeas (Fauzi Mansur, 1972) e Essas deliciosas mulheres (Ary Fernandes, 1979).

LAURA, Ida Poeta, dramaturga, crítica de cinema e teatro. Escreveu os roteiros de cinema O lobisomem e Aquela que vem das águas, este último serviu de base para As noites de Iemanjá (Maurice Capovilla, 1971).

LEI de obrigatoriedade Legislação federal que obriga toda sala de cinema no Brasil a exibir a produção nacional. Estabelecida de forma tímida em 1932, a obrigatoriedade ampliou-se consideravelmente nos anos 60 e 70, transformando-se em importante elemento para o avanço do produto brasileiro no mercado interno.

LIMA, Antônio Crítico de cinema que publicou nos periódicos mineiros Revista de Cultura Cinematográfica e Claquete, depois integrou a equipe do Jornal da Tarde (SP). Dirigiu episódios dos longas As libertinas (1968) e Audácia (1969).

LLORENTE, Eduardo Ator de O Candinho e diretor das fitas rurais Lá no meu sertão (1962), Obrigado a matar (1964) e Coração de luto (1967).

LUCCHETTI, Rubens F. Escritor e roteirista, colaborou com o diretor José Mojica Marins em filmes como O estranho mundo de Zé do Caixão (1967) e O despertar da besta (1969).

MARCONDES, Marco Aurélio Fundador com Oswaldo Caldeira da distribuidora Dinafilme, trabalhou também no setor de comercialização da Embrafilme.

MARIN, Honório Técnico que fez seu aprendizado nos estúdios da Multifilmes, nos anos 50. Montou no centro de São Paulo um pequeno escritório para conserto e aluguel de equipamento cinematográfico.

MARISTELA Estúdio paulista de grande porte que surgiu logo após a criação da Vera Cruz. Localizado no bairro do Jaçanã e presidido por Mário Audrá Jr., importou técnicos do cinema argentino para trabalhar ao lado de nomes importantes do cinema brasileiro.

MOYA, Álvaro de Especialista em história em quadrinhos, foi também diretor e crítico de cinema, além de ter cuidado da programação do cinema de arte Marachá, localizado na rua Augusta em São Paulo.

NANNI, Rodolfo Produtor e diretor de cinema formado pelo IDHEC. Seu primeiro longa-metragem, O saci (1951), é um dos deflagradores do cinema independente que surge como oposição aos grandes estúdios da época, Vera Cruz e Maristela.

PALÁCIOS, Alfredo Produtor de longa atividade que começou com Simão, o Caolho (Alberto Cavalcanti, 1952). Trabalhou na Maristela, foi sócio de Antônio Pólo Galante na Servicine (1968) e comandou sozinho a Kinoart (1978).

PETRI, Renato Crítico de cinema do Diário de S. Paulo na primeira metade dos anos 70 e ator do filme Caçada sangrenta.

PORTIOLI, Cláudio Diretor de fotografia cuja carreira concentra-se nos filmes produzidos pela Boca do Lixo, tais como Sinal vermelho, as fêmeas (Fauzi Mansur, 1972) e Belas e corrompidas (Fauzi Mansur, 1976).

RABATONI, Toni Diretor de fotografia que começou sua formação como assistente da Vera Cruz. Trabalhou com cineastas como Carlos Coimbra em A morte comanda o cangaço (1960) e Ruy Guerra em Os cafajestes (1961).

ROSSI, Raffaele Produtor, diretor, roteirista e fotógrafo de uma série de filmes populares de grande sucesso de bilheteria. Produziu e dirigiu um dos primeiros filmes de sexo explícito brasileiros, Coisas eróticas (1981).

RUSCHEL, Alberto Astro da Atlântida e da Vera Cruz, em clássicos como Este mundo é um pandeiro (Watson Macedo, 1947) e O cangaceiro (Lima Barreto, 1952).

SADDI, Michel Produtor de cinejornais e documentários no Mato Grosso.

SALLES, Francisco Luiz de Almeida Crítico de cinema de O Estado de S. Paulo entre 1950 e 1961. Presidiu por diversas ocasiões a Cinemateca Brasileira e a Comissão Estadual de Cinema (SP).

SANCHEZ, Plínio Professor no Seminário de Cinema e em vários cursos independentes de cinema. Além de ter dirigido alguns curtas-metragens, foi diretor de produção de longas realizados na Boca do Lixo.

SANTOS, Ruy Diretor de fotografia com extensa carreira, trabalhou em filmes como O saci (Rodolfo Nanni, 1951) e Sol sobre a lama (Alex Viany, 1962). Também dirigu curtas e longas-metragens.

SCALANTE, Sady Produtor, foi um dos proprietários da Lynxfilm.

SEMINÁRIO de Cinema Fundado em 1949 junto ao Museu de Arte de São Paulo sob a direção de Carlos Ortiz,

o curso passou por várias mudanças durante os anos 50. Foi um importante centro de irradiação da cultura e do ensino cinematográfico, apesar das constantes crises econômicas. No final dessa década transferiu-se para a Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).

SOBRADO, Manoel Augusto De origem espanhola, foi produtor de cinema, assinando por vezes como Manoel Augusto de Cervantes. Produziu Meu nome é Tonho, além de várias fitas de José Mojica Marins.

SUL Importante empresa de exibição no período que vai dos anos 50 aos 80, de propriedade de Paulo Sá Pinto. Suas salas concentravam-se na capital de São Paulo–das quais as principais eram Marabá, República e Olido – e no interior.

TAMARSKI, George Ucraniano de nascimento, trabalhou no Brasil a partir dos anos 50 como diretor de fotografia em filmes como Alameda da Saudade, 113 (Carlos Ortiz, 1951) e Liana, a Pecadora (Antônio Tibiriçá, 1951).

VALANSI [Irmãos] Proprietários da companhia de distribuição e exibição Franco-Brasileira, sediada no Rio de Janeiro. A distribuidora trouxe para o Brasil importantes títulos do cinema de arte, especialmente filmes da Nouvelle Vague.

VERBA de remessa Referência ao dinheiro destinado à produção cinematográfica nacional, proveniente da retenção de parte do imposto de renda sobre as remessas de lucro para o exterior a que estavam obrigadas as distribuidoras estrangeiras a partir de 1962. Através de sucessivas mudanças na legislação, esta verba tornou-se importante fonte de recursos para a produção, gerida primeiramente pelo GEICINE, pelo INC a partir de 1966 e de 1969 em diante pela Embrafilme.

VERONESE, Amires Esposa do reputado crítico Moniz Vianna e atriz dos filmes O menino e o vento (Carlos Hugo Christensen, 1966), O quarto (Rubem Biáfora, 1967) e Viver de morrer (Jorge Ileli, 1972).

VIANNA, Antônio Moniz Crítico de cinema que exerceu sua atividade no Correio da Manhã entre 1946 e 1974. Criador e diretor da Cinemateca do MAM, também dirigiu o INC.

VIEIRA, Toni Ator, produtor e diretor de vários filmes populares realizados através de sua produtora, a MQ Filmes. Dentre seus trabalhos pode-se citar A filha do padre (1975) e O matador sexual (1979).

WULFES, Alexandre Proprietário da FAN Filmes. Dirigiu, produziu e fotografou os documentários longos: Jornadas heróicas (1947), O poder da fé em Tambaú (1954) e A Virgem Aparecida é milagrosa (1956).

Obs: Aqui estão listados alguns nomes de indivíduos e instituições citados por Ozualdo Candeias em sua biografia que, acreditamos, são menos conhecidos do público em geral. Para maior aprofundamento nestes e em outros assuntos levantados na biografia indicamos:
RAMOS, Fernão e Miranda, Luiz Felipe (Orgs.). Enciclopédia do cinema brasileiro. São Paulo: Senac, 2000 / MIRANDA, Luiz Felipe. Dicionário de cineastas brasileiros. São Paulo: Art Editora, 1990/ RAMOS, Fernão (Org.). História do cinema brasileiro. São Paulo: Círculo do Livro, 1987/ SOUZA, Carlos Roberto de. Nossa aventura na tela. São Paulo: Cultura, 1998.