RODOVIAS

Não-ficção, 1962, 35 mm, P&B, 9 min

 

 

 

Documentário institucional sobre a importância econômica e social da malha rodoviária em São Paulo, que estava sendo ampliada pelo governo Carvalho Pinto.

A princípio, o discurso de Rodovias apresenta-se simplesmente propagandista: o progresso presente nas cidades necessita da ligação entre os anônimos urbanos e os do campo. Aqui entram as estradas como vias de comunicação e distribuição de produtos e riquezas. Já no modo como são mostradas as informações sobre o ritmo de construção das estradas no estado de São Paulo, percebemos algo bem criativo: a utilização da imagem das rodas de um caminhão em movimento e sobre ela animações feitas por Milton Costa.

Há no tratamento do tema afinidade pessoal de Candeias, se lembrarmos de seu trabalho como motorista de caminhão antes do início como cineasta. Mas é na conexão cidade-campo que podemos encontrar, neste curta institucional, a preocupação social do diretor. Não coincidentemente o filme inicia com imagens de “anônimos”, como nos diz o narrador, andando pelo centro de São Paulo; passa então por trabalhadores da zona cerealista, e pela conexão com o campo, feita pelas estradas. Quando estas são apresentadas como pontes de progresso para as regiões menos desenvolvidas do estado, aparece na tela uma série de imagens de camponeses arrastando arados ou carregando mantimentos na beira delas. Esses camponeses – e não seus produtos – chegariam finalmente à cidade em filmes posteriores de Candeias como Zézero, Candinho, Aopção e O vigilante.

Alessandro Gamo

Direção, fotografia, montagem e produção: Ozualdo R. Candeias.

Cia. produtora: Governo do Estado de São Paulo.